A Feira Anarquista do Distrito Federal acontecerá nos dias 15 e 16 de Novembro de 2014. A programação contará com presença de editoras anarquistas, rodas-de-conversa, lançamento de livros, apresentação da perspectiva de atuação política Coletivo-Espaço-Território (CET), sarau e apresentações musicais no encerramento das atividades dos dois dias.
Será realizada no CONIC, localizado na região central de Brasília. O acesso ao local da feira é fácil pela proximidade à Rodoviária do Plano Piloto, possibilitando o trânsito de pessoas de todo o DF e entorno.
Grupos, coletivos, editoras e publicações anarquistas interessadas em participar e/ou expor seus materiais entrem em contato pelo e-mail coletivo.anu@riseup.net
O prazo para inscrições é de hoje (30/set) até 07/nov.
SÁBADO
9h – Início da feira
Banquinhas de materiais estarão disponíveis a partir deste horário.
10h-12h – Apresentação de coletivos, editoras, banquinhas e materiais sendo lançados na feira
Começaremos com uma breve fala sobre a Feira Anarquista do DF, seguida da apresentação dos materiais anarquistas sendo lançados na feira. Em seguida, deixaremos o microfone aberto para que as editoras e coletivos anarquistas presentes na feira se apresentem. Contamos com este instante para que as pessoas possam se conhecer melhor e saber das iniciativas anarquistas existentes pelo Brasil. O espaço da feira também é de extrema importância para o intercâmbio entre coletivos anarquistas, possibilitando troca de experiências e alianças.
14h-16h – Lançamento do zine “Estratégia: Coletivo-Espaço-Território” (exposição seguida de debate)
A perspectiva estratégica de “coletivo-espaço-território” surge de dentro de experiências acumuladas pelo coletivo Ativismo ABC (SP) e foi brevemente apresentada na publicação do seu zine “Gestão de Espaços Autônomos”. Em constante intercâmbio com o AABC, o Coletivo Anarquista Anu lança o seu material aprofundando questões em torno desta estratégia.
17h-18h30 – Lidando com os inimigos internos de coletivos anarquistas (exposição seguida de debate)
Quantos coletivos anarquistas não se extinguem por conflitos internos? Quantos projetos não são sufocados por constantes problemáticas de comunicação?
Problemas com dinâmicas internas não são um problemas apenas aqui do Brasil, trata-se de uma problemática generalizada que o universo anarquista enfrenta. Afinal de contas, existe possibilidade de resolução de conflitos para que nossos projetos avancem?
Exploraremos as lógicas políticas que possibilitam tais conflitos, procurando apresentar algumas ferramentas que podem nos ajudar a criar formas de comunicação mais diretas e menos conflituosas.
18h30-20h30 – Jongo com Preta Bandeira (ABC Paulista-SP)
O Jongo é uma manisfestação negra que se firmou no contexto das lutas de pessoas escravizadas no brasil. Pra o jongo acontecer xs jongueirxs se posicionam e, depois que todxs cumprimentam os tambores e a ancestralidade, é formada uma roda. No centro dessa roda, duplas que se alternam vão dançando de acordo com o ritmo dos tambores ao som de cantigas puxadas pelxs jongueirxs.
O Preta Bandêra é um grupo de jongo anarquista que mescla as músicas da tradição jongueira com composições próprias. Assim, deixa explícita uma necessidade de diálogo, solidariedade e união entre a luta contra o Estado e o Mercado e a resistência dos povos afroindígenas no nosso contexto, deixando de lado uma visão eurocêntrica de revolução para abraçar as proposições de resistência feitas por aqui antes e hoje em busca de um processo de transformação radical.
20h30 – Encerramento do primeiro dia de feira
DOMINGO
12h45 – Início do segundo dia de feira
13h-15h30 – Anarcofeminismo e a institucionalização do feminismo (exposição seguida de debate)
A atividade propõe uma conversa sobre posicionamentos políticos dentro do anarcofeminismo hoje, relacionando resistências pós-coloniais, feminismo negro e as práticas do faça-você-mesma com a institucionalização dos feminismos.
16h-18h – A impossibilidade da saúde individual (exposição, debate e oficinas abordando noções básicas de saúde)
Estamos acostumad@s a entender a saúde humana como resultado de cuidados individuais pensando que, apenas ao aplicar um medicamento/produto novo ou alternativo, todo o sistema que nos mantém em plenitude será “concertado”. Porém, esse modo de ver é profundamente fragmentário e tecnicista e não pensa a saúde de nosso corpo/mente como um todo.
Saindo da lógica da especialização e passando por noções de saúde biomecânica, bioquímica e psicossomática, podemos entender o quanto a saúde é resultado de uma construção social completa e que objetivar uma vida saudável para todas as pessoas é objetivar a construção de uma nova sociedade.
Utilizaremos o espaço da feira para expor como a organização social atual mina qualquer possibilidade de saúde humana e como novas dinâmicas sociais podem garantir a saúde coletiva de forma independente de instituições.
“A medicalização da vida é malsã por três motivos: primeiro, a intervenção técnica no organismo, acima de determinado nível, retira do paciente características comumente designadas pela palavra saúde; segundo, a organização necessária para sustentar essa intervenção transforma-se em máscara sanitária de uma sociedade destrutiva, e terceiro, o aparelho biomédico do sistema industrial, ao tomar a seu cargo o individuo, tira-lhe todo o poder de cidadão para controlar politicamente tal sistema. A medicina passa a ser uma oficina de reparos e manutenção, destinada a conservar em funcionamento o homem usado como produto não humano. Ele próprio deve solicitar o consumo da medicina para poder continuar se fazendo explorado.” – trecho do livro “A Expropriação da Saúde” (Ivan Illich)
18h – Considerações finais sobre a feira
18h30 – Encerramento da feira
Local: Conic – Praça do Chapéu e Espaço do Artesão (Brasília-DF)